11 de Julho de 2022.
Desde muito cedo recebemos estímulos que valorizam a dicotomia entre o bem e o mal. Nas brincadeiras da infância sempre temos a figura do bandido e a do mocinho. Os filmes infantis e as história em quadrinho sempre traziam o herói e o vilão, o bonzinho e o perverso a ser combatido pelo mocinho.
Aos Domingos, nas Igrejas, sempre fomos apresentados ao universo do céu e do inferno, de Deus e do demônio. Do bem e e do mal.
Assim, crescemos com a tendência de resumir as coisas em boas ou ruins e as pessoas em do bem ou do mal.
Nos últimos anos a política parece ter capturado para si essa condição que habita o ser humano e, de modo especial, tanto a “esquerda” quanto a “direita” passaram a usar esses conceitos já enraizados na população, numa retórica que captura mentes e corações e que fizeram dos seus seguidores, discípulos de tais ideias.
Ambos os lados se consideram o bem que combate o mal com todas as forças, inclusive com a força física e até das armas, pois, como aprendemos desde a infância, o mal precisa ser eliminado a todo custo.
A noção de civilidade e o significado da palavra política acabou se perdendo no discurso oportunísta que resgatou nas mentes de homens e mulheres os conceitos estabelecidos desde a infância, só que agora fazendo do seu adversário político um inimigo a ser combatido e, se possível, eliminado.
Um fenômeno que passamos a observar não só no Brasil, mas em uma onda que invadiu o mundo, traduzido na invasão do Capitólio no EUA, no ressurgimento do pensamento Nazista na Europa, no atentado que resultou na morte do Ex-Primeiro Ministro do Japão e, mais recentemente, do guarda municipal morto em seu próprio aniversário em Foz do Iguaçu.
Temo que até as eleições, durante a eleição e no pós-eleição viveremos tempos difíceis.
Precisamos urgentemente resgatar no coração e mentes das pessoas outro conceito que também aprendemos desde a infância: Amar o próximo como a ti mesmo.
Julio Lossio
Ex-Prefeito de Petrolina
Nenhum comentário:
Postar um comentário